segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A coragem de Paula Neves.

Foto: Nova Gente

Esta semana, faz capa de pelo menos uma revista semanal, o facto  de Paula Neves ter admitido que desistiu de continuar a fazer  tratamentos de fertilidade, ora ao ler os comentários online dessas mesma revista, fiquei parva da minha vida, como se opina sobre um assunto que não se conhece, que nunca se viveu, que nem sonham como se processa.
 Bem sei que grande parte das pessoas que  comentam o fazem sem pensar ou  então por maldade, o que é bem pior e grande parte são mesmo muito cruéis.
Sei do  que falo, vivi e vivo  na primeira pessoa essa situação, é um desgaste muito grande não só em termos físicos, monetários, mas sobretudo psicológicos, é viver na incerteza, mas acreditar que poderá ser desta que as coisas correm bem, mas há o dia em que temos mesmo a certeza que não, que afinal correu mal e aí, mais uma vez se reconheça todo o processo ou se questiona se devemos abandonar e enquanto isso o tempo vai passando, a sociedade vai questionando, vai pressionando, mas sabe Deus o que nos vai na alma. 
E depois há os iluminados que aconselham a adoptar, como se processe a coisa mais natural  e fácil do mundo, como comprar uma camisa, chega-se a uma loja e compra-se uma criança, por favor, tenham dó....
Louvo a coragem de Paula Neves, por tratar este assunto publicamente, poderia não o fazer. 

6 comentários:

rosa_chiclet disse...

Bem eu nem imagino o que é passar por esta situação..
Mas acredito que é muito penoso todo o processo dos tratamentos de fertilização..
O problema de muitas pessoas é que são más por natureza e nem estão informadas..

kisses***

Anónimo disse...

tenho duas amigas que passaram pela situação. só mesmo elas é que sabem o quanto sofreram. comentários e "bitaites" , peço desculpa pela expressão, cada qual toma os que quer. beijinho.

Mary Silva disse...

Geralmente a maioria das pessoas falam sem conhecimento, conheço gente que tentou, que lutou e nada conseguiu. Quanto à adoção é uma luta enorme para se poder adotar eu conheço dois casos bem próximos de luta primeiro com tratamentos e segundo pela adoção e não é fácil, nada fácil mesmo quer numa ou outra situação.

Cláudia disse...

Não tenho um instinto maternal muito forte. Há vários anos que digo que se um dia me disserem que não posso ter filhos não vai ser um bicho de sete cabeças para mim. Já tenho quase 31 anos nunca tentei ter filhos, não penso tê-los nem a curto nem a médio prazo, por isso não sou a melhor pessoa para opinar sobre este assunto tão delicado, mas dos casos que conheço mais ou menos de perto a ideia que passa é que a luta é tão desgastante a nível físico e psicológico que muitas vezes condena a própria relação a dois.
Do pouco que conheço da Paula Neves penso que ela está com o marido há muitos anos e talvez tenha achado que não valia a pena perder tudo: a possibilidade de ter filhos e a possibilidade de ser feliz a dois.

Quanto a adoptar, mesmo feito de coração aberto não será a mesma coisa. É uma espécie de substituição e isso, acho, nunca será a mesma coisa.

Apesar de ouvir com frequência "então e tu, para quando bebés?" e apenas me chatear pelo facto ed achar que as pessoas se deviam meter nas suas próprias vidinhas ponho-me no lugar das pessoas que estão nesta luta inglória e têm não só as suas cabeças como as dos outros a fazer pressão constante.

Leni disse...

Já nem leio esses comentários para não me enervar...

Opinante disse...

As pessoas adoram comentar só porque sim, é uma pena!

Muita força*